sexta-feira, 4 de abril de 2008

Eu sou!

No vento do entardecer
coloco meus sonhos por mais um dia
deito-me nua de espírito
deito-me nua de esperanças
meu peito apertado
nada me permite sentir
brancas lembranças
me convencem mais um dia
Qual a cor do meu perfil?
Não sei!
Estou parada de emoções
deito-me nua de corpo
deito-me nua de alma.
Na maresia da manhã
recebo do corvo mais um sonho
mais com cor de pesadelo
mais um sonho acordado
que ao passar das horas
me vai massacrando as entranhas
até que chegue de novo
o vento
sem cor nem cheiro
que mais uma noite me mata
depois de mais um dia em que nada vivi
apenas uma corrente
algo a que chamam sangue
provoca nos meus olhos
a obrigação de se manterem abertos
por tudo isto me convenço
Se penso logo morro!
Não penso então
pois morta já eu sou!

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