quinta-feira, 24 de abril de 2008

Meu sopro mortal

Sopro de paixão
sopro de vida
aborda-me essa ilusão
que eu tenho como tida.

Explosão de imagens
sentimento expresso
mitos e passagens
em mim.....confesso.

Composição sedutora
irresistível, tu és!
Quem me dera doutora
de todas, tuas marés!

Teu toque concretizo
no meu sopro mortal
a mim me autorizo
tu és, eu afinal!


quarta-feira, 23 de abril de 2008

Vai!

Sobre os dedos dos pés
vais rodando o teu corpo
em leves movimentos
em ternas e suaves delícias
os sons que escutas te fazem levitar.
Mas, vais rodando sempre aí!
falta-te coragem para passares o portal
que na tua frente se espelha.
Do outro lado avistas um sonho
mas tens medo de o sonhar.
Pousada na ombreira
a borboleta esperançada
espera poder voar
bate as asas como que a pedir
como que a suplicar

Vem comigo vamos voar”
Mas tu tens medo!
É mais fácil para ti,
rodar,
leve, linda, suave
com um sorriso forçado nos lábios!
Apesar de sentires que o teu sonho está logo ali
aceitas a tua realidade
e vais rodando
vais dançando
vais rodopiando e teu corpo nesse pedestal.
Tenho pena de ti!
O que vai ser de ti quando a corda acabar?
Quando deixares de rodar
quando a música se calar?
Não esperes esse dia!
Tem coragem de enfrentar
com os pés frente a frente,
Vai!
Consegues passar essa ombreira
sê livre!
No teu sonho, os sons, és tu que escolhes
podes dançar vários ritmos.
Vai!
A borboleta só quer a tua companhia
ela não vai sem ti!


Sou uma apaixonada por borboletas e por musica, a ideia de escrever este texto surgiu no momento em que me lembrei de uma caixa de musica que me ofereceram às uns anos atrás. A ideia de ver a bailarina a rodopiar sempre no mesmo sitio, com cara de quem gosta de ali estar dá-me uma sensação de tristeza. Sempre a mesma musica, sempre o mesmo ritmo, e logo em frente um espelho com um jardim de sonho e uma borboleta que convida à liberdade. Isto tudo mais se parece com a vida de alguém que conheço......quem sabe, a tua vida!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Palavras

Palavras fechadas,
palavras escondidas,
palavras que te dizia,
palavras que não ouvias,
eras a espada que me rasgava
na estrada enevoada,
um caminho percorrido
minhas pernas cansadas
minha alma esperançada
meu caminho levado.
Quem me leva deste tempo?
Uma ponte?
Uma dança?
Apenas palavras!
Palavras que alguém me gritou
palavras que me acordaram
palavras que bebi
palavras que senti!
Novo porto de abrigo
novo caminho escolhi!

Não saber o que o futuro nos espera é de certo, algo que me dá esperança. Provas de que o meu anjo da guarda me tem guardado, tenho cada vez mais. Uma porta que se fecha dá lugar a muitas janelas, basta estar atenta ao movimento dos ventos para sentir a direcção da janela que se abriu. Um dia atrás do outro, basta ter paciência e não desanimar!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Acordar para voltar a dormir

Sentada na mesa no meio do nada
na ponta dos dedos carrego uma pena
vou rabiscando algo ilegível
o cansaço toma conta do meu ser
minha alma vagueia agora no espaço
onde o eco do nada
felicita a morte
O que eu procuro?
A virtude das almas perdidas?
O espírito dos anjos negros?
Neste espaço sem paredes
onde sombras se escondem
atrás de mantos vermelhos
espaço apenas dividido por pilares
pilares de pedra
frios e negros
que em si têm gravadas
imagens do que nunca aconteceu
imagens que magoam
O que procuro por aqui?
O som do silêncio?
A cor dos sentidos?
Procuro apenas o olhar
o olhar perdido dos sonhos.
Talvez este não seja o lugar certo para o procurar!
Talvez este não seja o lugar certo para o confrontar!
Aqui não encontro sonhos!
Aqui não encontro paz!
Aqui não encontro sentido!
Vou acordar e levantar
erguer-me de novo,
para mais tarde voltar a vaguear
pegar de novo nesta pena
que faz a minha alma leve como si mesma.
Talvez que um dia,
encontre o lugar que procuro
e aí minhas crenças encontre
onde uma sombra me responda
e mostre o teu olhar.
O olhar dos meus sonhos!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Porque me sinto mal

Hoje só preciso chorar
deitar para fora esta angustia
livrar-me deste sentimento
hoje só quero uma companhia
um ombro amigo
alguém que nada diga
alguém que carregue o meu silêncio
porque eu não tenho mais forças!







sexta-feira, 4 de abril de 2008

Eu sou!

No vento do entardecer
coloco meus sonhos por mais um dia
deito-me nua de espírito
deito-me nua de esperanças
meu peito apertado
nada me permite sentir
brancas lembranças
me convencem mais um dia
Qual a cor do meu perfil?
Não sei!
Estou parada de emoções
deito-me nua de corpo
deito-me nua de alma.
Na maresia da manhã
recebo do corvo mais um sonho
mais com cor de pesadelo
mais um sonho acordado
que ao passar das horas
me vai massacrando as entranhas
até que chegue de novo
o vento
sem cor nem cheiro
que mais uma noite me mata
depois de mais um dia em que nada vivi
apenas uma corrente
algo a que chamam sangue
provoca nos meus olhos
a obrigação de se manterem abertos
por tudo isto me convenço
Se penso logo morro!
Não penso então
pois morta já eu sou!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Anjo negro

No meu corpo mora um anjo
inquieto
perdido
tem asas negras como carvão
de tanto esforço
de tanto se tentar erguer
do meu corpo ele é dono
mas de meus sentidos é refém
sente-se cansado e acorrentado
aos meus sentimentos cortantes
suas penas estão a cair
lentamente
no ar formam esculturas
homens e mulheres que se apertam
meu anjo sonha ser feliz
meu anjo ainda acredita em mim
mas suas penas vão caindo
lentamente
formando no ar esculturas
formas
ilusões
de gente deprimente
homens e mulheres que se apertam
penas que se perdem
e no seu lugar
outras não florescem
ficam buracos fundos
ainda mais negros
de onde correm lágrimas
meu anjo está molhado
meu anjo esta desfeito
meu corpo está arruinado
tudo aqui vai perecer
meu anjo ainda acredita em mim!
homens e mulheres que se apertam
mas meu anjo está ferido
e meu corpo é desalento