Visto o vestido branco
imaculado
rodo sobre mim mesma
encantada
ponho o véu
bordado em linha de cetim
e sonho acordada....
apertada
sinto as linhas que me apertam
impedindo-me de sonhar
vejo-me numa ponte sem fim
sobre um rio turvo
onde nem os peixes sobrevivem
tento tirar este vestido
agora sujo e desbotado
rodo sobre mim mesma
chocada
meu ramo de rosas vermelhas
de negrume são invadidas
dele saem serpente
que para minhas mãos se encaminham
atormentada
atiro o ramo
que ao cair nestas águas turvas
reaviva a sua cor
as águas agora cristalinas
calmas me encantam
do ramo
sai uma aranha
grito
quanto mais grito maior é a sua teia
teia que me acode
e impede de cair
então teu rosto vejo no céu
entendo
amas-me à tua maneira
só não preciso do véu
Um comentário:
obrigado ...
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